segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Multas no Rio crescem 603% em 12 anos


RIO - De 1998 até o ano passado, o número de multas aplicadas nas ruas do Rio cresceu 603,5%. Só entre 2008 e 2009, o volume de multas aplicadas subiu 26,4%, contra um aumento da frota de 4,8% - uma diferença de cinco vezes. Só no ano passado foram quase cinco infrações por minuto. Reportagem do Globo, publicada neste domingo, mostra que a tendência atual é de alta, graças ao choque de ordem no trânsito promovido pelo prefeito Eduardo Paes, que tornou evidente como o motorista está indisciplinado.

Por que o número de multas está crescendo?

Em 2009, a prefeitura ampliou o número de equipamentos de fiscalização eletrônica, e a repressão ao estacionamento irregular foi intensificada. Os dados do ano passado ainda não estão consolidados por natureza da multa. Mas os números disponíveis até outubro já comprovam os reflexos do choque de ordem. Em 2008, a média mensal de veículos multados pelos equipamentos eletrônicos chegava a 107.916. Já em 2009, o volume mensal (incluindo o novo monitoramento eletrônico da seletiva da Avenida Brasil) chegou a 141.854 registros (crescimento de 31%). No caso das multas por estacionamento irregular, a média de notificações cresceu 73,4% - de 17.229 para 29.884 mensais.

Entre abril e dezembro do ano passado, a CET-Rio quase duplicou o número de pontos fixos de fiscalização eletrônica: de 222 para 435. Os aparelhos operam em rodízio, mas o motorista não sabe qual está ativo.

E a vigilância vai aumentar. Um dos alvos é o estacionamento irregular. O secretário municipal da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, disse que a prefeitura prepara licitação para ampliar de 20 para 50 a frota de reboques. O número de depósitos também será ampliado de três para cinco - um para cada região da cidade.

No entanto, especialistas e autoridades negam a existência do que muitos motoristas chamam de "indústria das multas". Para a professora Iara Thyelem, coordenadora do Núcleo de Psicologia de Trânsito do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná, a própria descrença de boa parte da população nas instituições públicas explica a quantidade de infrações cometidas:

- A descrença se reflete em várias situações do cotidiano, incluindo o trânsito.

O Globo

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