quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sufoco na 25 para estacionar no fim de ano



Motorista leva meia hora para achar vaga na rua ou paga R$ 15 pela 1ª hora em estacionamentos


Na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, encontrar livre uma das 633 vagas de estacionamento de Zona Azul disponíveis, segundo a CET, é tarefa para quem tem muita paciência. No período de fim de ano, o motorista perde em média meia hora e muitas voltas nos quarteirões para conseguir achar um lugarzinho para estacionar. Os estacionamentos privados cobram, em média, R$ 15 pela primeira hora.

A disputa não é somente entre motoristas. Nas travessas da principal rua de comércio popular da cidade, camelôs se aproveitam das guias e sarjetas para erguer seus tabuleiros de mercadorias. “É um caos. Tem gente querendo parar o carro, camelô que não quer tirar a banca, gente passando. A gente chega até a suar na hora de estacionar”, diz Sérgio Rodrigues da Silva, de 31 anos.

Diariamente, ele vai à 25 retirar produtos para a empresa em que trabalha. “Já dei duas voltas no quarteirão”, disse anteontem de manhã. A vaga que ele encontrou era apertada e com bancas de camelôs na frente e atrás. Para ajeitar o carro, levou cinco minutos.

Desde o início de outubro, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) bloqueou o tráfego de veículos na 25 de Março de segunda a sábado, das 10h às 17h. A chamada Operação Natal vai até o dia 24 de dezembro.

“Não sabia que não podia mais passar com carro aqui. Estacionei para descarregar sapatos e os marronzinhos mandaram eu sair. Agora, para não levar multa, vou ter de carregar as caixas no braço dois ou três quarteirões”, lamentou o entregador Rodrigo dos Santos, de 33 anos. Passava das 11 horas de anteontem quando ele parou o carro em um dos bolsões de carga e descarga da 25.

“Vir para cá de carro é uma grande loucura. Só mesmo para quem tem que fazer entrega e, mesmo assim, muitas vezes os bolsões estão lotados e o tempo de permanência é curto”, diz Santos. Para carga e descarga, o período máximo de parada do veículo é uma hora (duas folhas de Zona Azul).

A lojista Elizabete Nakao, de 55 anos, não pode perder 30 minutos para achar uma vaga na rua. A quantidade de camelôs e pessoas circulando nas ruas também faz com que ela prefira um estacionamento particular. E paga caro por isso. A garagem escolhida por ela fica na Rua Carlos de Sousa Nazaré, perto da 25 de Março, e cobra R$ 15 a primeira hora. Cada hora ou fração adicional custa R$ 10.

“É um absurdo. Venho para cá toda semana e deixo R$ 35 no estacionamento. Mas não tenho muita escolha”, diz. Na Rua Barão de Duprat, outro estacionamento cobra R$ 10 pela primeira hora.

Jornal da Tarde

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