terça-feira, 24 de novembro de 2009

Paralisação das obras na Calçada da Fama divide comerciantes em SP


Moradores e comerciantes da Rua Canuto do Val, na região central da cidade de São Paulo, estão divididos sobre a paralisação das obras da Calçada da Fama. O objetivo da “Calçada da Fama do Brasil”, segundo o decreto municipal, será homenagear personalidades e celebridades do meio artístico, cultural e esportivo. O empreendimento é tocado pela Prefeitura de São Paulo e por uma empresa privada, a mesma que controla bares e boates localizados na mesma calçada.

Na quinta-feira (19), a juíza Maria Fernanda de Toledo Rodovalho, da 12ª Vara da Fazenda Pública, determinou a suspensão imediata das obras, atendendo pedido formulado em ação cautelar promovida por comerciantes e moradores do bairro. A prefeitura informou por volta das 18h de segunda que não havia sido notificada. A empresa responsável por parte das obras não quis se manifestar.



A calçada tem piso irregular, acúmulo de entulho e um desnível no asfalto junto ao meio-fio. Na tarde de segunda, o Fiat Uno do gestor de frota Darlan de Araújo, de 25 anos, ficou com a roda dianteira esquerda presa no buraco. O dono do carro pediu ajuda aos operários e agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Dono de um dos poucos estabelecimentos que não pertencem à empresa responsável pelas obras da Calçada da Fama, o empresário Mauro Katznelson afirma que seria pior se as obras parassem agora. "Sou contra parar porque já começou. Agora quero que acabe. Vi fotos e sei que vai ficar bonita", afirmou.

O comerciante José Ricardo Campelo, de 39 anos, integrante do movimento contra a Calçada da Fama, critica o projeto. Ele afirma que a ideia serve de pretexto para a instalação de mesas e cadeiras junto ao meio-fio e para estender o expediente dos bares e boates até a madrugada.

"A Calçada da Fama está sendo feita para colocar mesas e cadeiras, para que os frequentadores possam fumar ao ar livre. Além disso, os estabelecimentos não respeitam a lei que determina funcionamento até a 1h", afirmou. "De madrugada, todo o pessoal que sai das baladas se reúne aqui e fica insuportável para quem mora no bairro.

"No despacho, a juíza Maria Fernanda de Toledo Rodovalho afirmou que as obras favorecem apenas particulares e são lesivas ao patrimônio público. "No local das obras, as ruas são estreitas", disse a juíza. Segundo ela, isso trará prejuízo ao tráfego rumo à Santa Casa.

G1

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