Uma das maiores obras de escavação já realizadas em Porto Alegre. O novo estacionamento da sede Moinhos de Vento do Grêmio Náutico União, que será inaugurado às 11h de amanhã, foi concebido pensando não apenas na comodidade de seus sócios, mas de toda a comunidade do bairro e pode ser aproveitada como ideia para as grandes cidades reduzirem o número de automóveis estacionados nas ruas.
O arquiteto Vicente Brandão, coordenador do projeto, explica como foi feito o trabalho. "O estacionamento do União tem um projeto semelhante ao do Hospital Moinhos de Vento, onde se estaciona na própria rampa, sendo desnecessária a construção de grandes rampas como a dos shoppings. Poupa-se espaço e recurso", destacou.
Com capacidade para 283 veículos, o estacionamento é dividido em três níveis. O novo espaço ainda se destaca pela segurança e comodidade que proporcionará aos usuário, que não precisarão mais atravessar a rua para estacionar.
"O método utilizado pelo projeto foi de o sistema de paredes-diafragma, onde são executadas lâminas de concreto no perimetro da obra, para posterior retirada da terra de dentro do terreno. E, enquanto vai sendo retirada a terra e a estrutura interna não é construída, são executados tirantes que ajudam na sustentação das paredes", explicou o arquiteto.
Solução urbana
O projeto da Santini e Rocha Arquitetos para o Grêmio Náutico União apresenta-se como uma solução urbana viável para redução do número de carros estacionados nas ruas das grandes cidades.
O engenheiro Wilson Borges, responsável pelo projeto de fundações, explica que o procedimento adotado no estacionamento do União é uma solução que poderia ser aplicada em vários pontos das grandes cidades. "Certamente este método seria viável para outras locais da cidade podendo diminuir o número de carros nas estacionados nas ruas. Na Europa é muito comum se fazer estacionamentos com vários subsolos embaixo de praças, que são provisoriamente desativadas, enquanto se executa a obra. Após a conclusão da obra, a praça é reconstruída, com a recolocação dos monumentos anteriormente existentes."
Wilson Borges destaca ainda outros projetos espalhados pelo mundo que utilizam este processo. "O método de parede diafragma atirantada é um dos mais seguros existentes. Por este motivo, edificações junto a prédios históricos na Europa , caso do estacionamento do Parlamento Inglês (4 subsolos junto ao prédio original) , extensão do Museu do Louvre em Paris, prédio contíguo à Catedral de Milão e , no Brasil , o caso do Metrô do Rio de Janeiro junto a prédios históricos preservados têm o uso de cortina atirantada como opção adotada."
Estacionamento no largo
O arquiteto Vicente Brandão usou o projeto do estacionamento do Grêmio Náutico União e o desenhou sobre o espaço do largo Glênio Peres, no coração do centro de Porto Alegre, para mostrar sua viabilidade em áreas densamente ocupadas. "É possível construir um estacionamento para 287 veículos e utilizar a laje para atividades ao ar livre. O projeto não poderia ser mais enxuto, é a maxima utilização com o mínimo de espaço.", afirmou.
segs
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