
Público faz fila para entrar no Salão de Paris
A expressão mais ouvida no Salão de Paris, que começou no último dia 30 e segue até o dia 17, é “grama de CO2 por quilômetros rodado”. A frase resume a grande preocupação das fabricantes europeias de veículos em mostrar novas tecnologias que contribuam com o combate ao efeito estufa. Em outras palavras, isso significa reduzir o consumo de combustível – que mexe diretamente com o bolso do consumidor — e, consequentemente, diminuir o nível de emissões de CO2 dos carros.
O movimento ecológico é também mais uma tentativa das montadoras de aumentar a popularidade diante da opinião pública europeia. Afinal, com a crise, demissões, fechamento de fábricas e o aumento das importações de carros asiáticos desgastaram a imagem das companhias.
Na prática, esse movimento não trouxe grandes lançamentos, mas sim inovações tecnológicas: motores aperfeiçoados para consumir menos combustível, a adoção do sistema Star&Stop (que desliga o motor a combustão quando o carro está parado) na maioria dos lançamentos e muitos modelos híbridos e elétricos. Aliás, alguns dos modelos movidos a motores elétricos saíram da condição de protótipos e chegaram ao salão na versão final, de produção. É o caso do Mitsubishi i-Miev e o Renault Fluence elétrico.
Fora isso, a novidade que mais chamou a atenção no quesito ecológico foi a “invasão” das duas rodas em um evento para quatro rodas. Mini e Smart, as duas marcas que, desde que foram criadas, trazem ao mercado uma nova visão em relação à mobilidade, apelaram para scooters e uma bicicleta (da Smart).

Os modelos ainda são protótipos e ainda não estão à venda, mas a ideia é atrair o público mais jovem que não pode comprar um carro ou não tem habilitação para dirigir. Para o apelo dar resultado, além do visual inovador, os modelos funcionam à base de conectividade: os tradicionais painéis foram substituídos por smartphones.
Mesmo com tanto apelo “verde”, as montadoras francesas não foram poupadas de críticas por parte dos sindicados locais. Nesta sexta-feira (8), funcionários da Renault e Peugeot-Citroën realizaram um protesto dentro do Salão contra o aumento do interesse das duas empresas na importação de modelos vindos principalmente de países asiáticos.
'Intercâmbio' no design
Em relação a design, os faróis em LED foram extremamente explorados - quase todos os carros vistos no Salão têm —, o que também entra na onda dos veículos verdes. Traços inovadores foram vistos em modelos como Mercedes-Benz CLS, BMW Série 6 Concept e Kia Optima, este último declaradamente influenciado pelas marcas alemãs.
Por outro lado, a alemã BMW deixou-se influenciar pelas linhas sul-coreanas ao desenvolver a nova versão do utilitário esportivo X3 -o que mostra a importância que as fabricantes da Coreia do Sul ganharam no segmento.
Outro aspecto interessante do evento foi o uso da cor rosa nos carros. Quatro fabricantes resolveram adotar o tom “de menininha” para chamar a atenção do público.
g1
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