quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Salão de Paris traz mais tecnologia do que grandes lançamentos



Público faz fila para entrar no Salão de Paris
Público faz fila para entrar no Salão de Paris

A expressão mais ouvida no Salão de Paris, que começou no último dia 30 e segue até o dia 17, é “grama de CO2 por quilômetros rodado”. A frase resume a grande preocupação das fabricantes europeias de veículos em mostrar novas tecnologias que contribuam com o combate ao efeito estufa. Em outras palavras, isso significa reduzir o consumo de combustível – que mexe diretamente com o bolso do consumidor — e, consequentemente, diminuir o nível de emissões de CO2 dos carros.

O movimento ecológico é também mais uma tentativa das montadoras de aumentar a popularidade diante da opinião pública europeia. Afinal, com a crise, demissões, fechamento de fábricas e o aumento das importações de carros asiáticos desgastaram a imagem das companhias.

Na prática, esse movimento não trouxe grandes lançamentos, mas sim inovações tecnológicas: motores aperfeiçoados para consumir menos combustível, a adoção do sistema Star&Stop (que desliga o motor a combustão quando o carro está parado) na maioria dos lançamentos e muitos modelos híbridos e elétricos. Aliás, alguns dos modelos movidos a motores elétricos saíram da condição de protótipos e chegaram ao salão na versão final, de produção. É o caso do Mitsubishi i-Miev e o Renault Fluence elétrico.

Fora isso, a novidade que mais chamou a atenção no quesito ecológico foi a “invasão” das duas rodas em um evento para quatro rodas. Mini e Smart, as duas marcas que, desde que foram criadas, trazem ao mercado uma nova visão em relação à mobilidade, apelaram para scooters e uma bicicleta (da Smart).

Público confere as novidades no primeiro dia do Salão de ParisPúblico confere as novidades no primeiro dia do Salão de Paris (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)

Os modelos ainda são protótipos e ainda não estão à venda, mas a ideia é atrair o público mais jovem que não pode comprar um carro ou não tem habilitação para dirigir. Para o apelo dar resultado, além do visual inovador, os modelos funcionam à base de conectividade: os tradicionais painéis foram substituídos por smartphones.

Mesmo com tanto apelo “verde”, as montadoras francesas não foram poupadas de críticas por parte dos sindicados locais. Nesta sexta-feira (8), funcionários da Renault e Peugeot-Citroën realizaram um protesto dentro do Salão contra o aumento do interesse das duas empresas na importação de modelos vindos principalmente de países asiáticos.

'Intercâmbio' no design
Em relação a design, os faróis em LED foram extremamente explorados - quase todos os carros vistos no Salão têm —, o que também entra na onda dos veículos verdes. Traços inovadores foram vistos em modelos como Mercedes-Benz CLS, BMW Série 6 Concept e Kia Optima, este último declaradamente influenciado pelas marcas alemãs.

Por outro lado, a alemã BMW deixou-se influenciar pelas linhas sul-coreanas ao desenvolver a nova versão do utilitário esportivo X3 -o que mostra a importância que as fabricantes da Coreia do Sul ganharam no segmento.

Outro aspecto interessante do evento foi o uso da cor rosa nos carros. Quatro fabricantes resolveram adotar o tom “de menininha” para chamar a atenção do público.

g1

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