quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sindrome da pressão


Você já ouviu falar da "sindrome da pressão"? Pois bem, este mal afeta 99% dos usuarios de carros turbinados, se instala sem alarde e , lentamente, altera a percepção do proprietário de carro turbo. Seus reflexos ficam melhores, o campo de visão é aumentado e os movimentos de braços e pernas se tornam mas eficazes. Em geral, até um motorista braço-duro começa a dirigir melhor e um cara que já "manda bem" no volante, se sente piloto de F-1. Uma espécie de aprendizado forçado em quatro rodas.

Vale lembrar, entretanto, que nem tudo são flores na "sindrome da pressão". Há um lado negativo. Para alegria dos preparadores e infelicidade dos portadores dessa sindrome, após alguns meses da doença instalada (e guiando o carro turbo pelo menos dois dias da semana), este usuario passa a acreditar aue seu carro não anda mais como antes. "O motor não enche direito, a "barata" não acelera e responde do mesmo jeito que antes".

Recentemente entreguei uma BMW M3 a um cliente, um tio já maduro. Depois de comprar o carro, já com intenção de turbina-lo, a "BM" ficou quase seis meses sendo modificada. Tudo do bom e do melhor, até mesmo porque o dono dessa M3, Douglas Mndonça, tambem é jornalista especializado em veiculos, manja muito de carro e pilota pra caramba!
Emfim, entende do babado, quia legal e adora o assunto. Então, tome do bom e do melhor: coletor de inox antes e depois do turbo (um Garrett TO4E com escape .63 e admissão .50, para "pegar" já em baixa rotação), intercooler e pressurização toda em aluminio, feitas literalmente a mão, partida à frio com reservatório de gasolina... Lindo, para tudo funcionar como original de fabrica.

Na hora de calibrar o motor da M3, perguntei para o Douglas como ele queria o acerto do motor, se ele ia usar o carro mas na estrada ou na cidade... Com o que ele me disse acertamos o BM turbo e seus seis canecos com 0,3 bar de pressão.

Ficou lisinho e gostoso demais para acelerar. Nada como escutar um seis bocas, 24 valvvulas, urrando perto dos sete mil giros. Depois de pronto, coloquei Douglas para guiar e falei que a barata fazia tudo aquilo com somente 300 graminhas de turbo. Ele não acreditou! Com os instrumentos de medição no motor mostrei que, mesmo com a embreagem original, daria para colocar um pouco mais de pressão, já que tinhamos ainda bicos injetores sobrando e carro tambem. Douglas, com um sorriso enorme no rosto, disse: "mais pressão, pra quê?!

Após algumas semanas seguidas de elogios à performance da M3 turbinada Douglas emendou: "Rica, acho que a BM precisa de uma rvisada. Não da mais aquela "colada" no banco ta meio xoxa!" Pensei comigo, seria a "sindrome da pressão" atingindo Douglas um cara experiente? Amigos frequentadores do PAIXAO POR CARROS vocês lembram que a "sindrome da pressão" atinge 99% dos usuarios de carros turbinados? pois bem, instrumentamos o carro todo, medimos e tudo estava OK. Não pude crer: Douglas se tornou mais uma vitima da "sindrome da pressão"!
Já que falei da doença, vale aqui o remedio. E o remedio é simples: Dê a Cesar o que é de Cesar. Ou, dê ao Douglas. Hoje, a M3 turbo está ganhando embregem de cerâmica, novos acertos e a estimativa é que chegue aos 400 cv, com o parafuso da waste gate um pouco mais apertado. Quero dizer, 400 cv até que a "sindrome da pressão ataque novamente!
paixao por carros

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