quinta-feira, 20 de maio de 2010

Embrapark é vendida para empresa da Baixada sem avisar prefeitura. Avalista mora em barraco

o prédio em meriti, onde a empresa labortemp informou em  contrato de compra e venda de participação acionária funcionar seu  escritório, numa sala cujo número não existe / foto de marcelo carnaval -  o globoRIO - Não bastassem as confusões envolvendo a operação de 9.049 vagas de estacionamento na Zona Sul, a embrapark, empresa contratada pela prefeitura para gerir o sistema, mudou de dono. E só avisou ao município depois de o negócio ter sido fechado. Em vez do consórcio formado pela Cointer Brasil Participações Ltda, pertencente a um grupo espanhol, e a Empresa Brasileira de Estacionamentos (Ebel) Ltda, com sede em São Paulo, agora a responsável pela Embrapark é a Labortemp Serviços de Estacionamento Ltda. No contrato de compra e venda da participação acionária da empresa, a Labortemp informou um endereço em São João de Meriti onde não funciona escritório algum.

Além disso, no contrato aparece como administradora da Labortemp - e também como uma das avalistas de 36 promissórias totalizando R$ 500 mil - Flávia de Oliveira Amorim. Repórteres do GLOBO foram até o local informado no contrato como sendo o endereço de Flávia, em Jacutinga, em Mesquita. A casa da administradora, cujo marido seria mecânico, fica numa área carente. Seus vizinhos ficaram surpresos ao saber que ela poderia ter que pagar dívidas altas da empresa, como as trabalhistas, que totalizam R$ 100 mil, e um passivo de R$ 538 mil. Além disso, caso a prefeitura reajuste o valor do tíquete de estacionamento de R$ 2 para R$ 3, a Labortemp teria que honrar a quitação de empréstimo no valor de quase R$ 2,4 milhões.

No local onde mora Flávia, um homem à paisana, mas que se identificou como policial, quis logo saber se ela estava envolvida em alguma confusão. Ele afirmou que "trabalha" na região há pouco tempo e que tenta "moralizar" a área. Acompanhado por um pastor, ele contou que Flávia e sua família moram há muito tempo na região.

A prefeitura informou que está analisando o contrato para saber se o edital de licitação permitiria que uma empresa do porte da Labortemp assumisse o negócio. O edital informava que a concessionária tinha que ter experiência na administração de estacionamentos. A Labortemp, porém, atuava apenas na seleção de pessoal para o consórcio anterior. Em nota, a prefeitura disse que a Labortemp "não parece ter as mesmas qualificações que foram exigidas à Embrapark na licitação". E acrescenta que, se for "constatada irregularidade, a prefeitura, que já estudava meios de romper o contrato em função dos maus serviços prestados pela empresa, terá mais um elemento para justificar essa decisão".

o globo

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