quinta-feira, 20 de maio de 2010

Alterações no trânsito na Zona Sul de SP geram reclamações


Novas placas indicam que local é área de Zona AzulNovas placas indicam que local é área de
Zona Azul em Moema (Foto: Débora Miranda/G1)

O bairro de Moema, na Zona Sul de São Paulo, amanheceu nesta segunda-feira (3) com menos 3.850 vagas de estacionamento nas ruas. As alterações, feitas pela Prefeitura, visam melhorar o trânsito na região, mas causaram reclamações de moradores e comerciantes da região. Muitos têm o hábito de deixar os carros nas ruas, que até então eram livres para estacionar.

“Vou ter de encontrar um artifício para meus clientes não irem embora”, afirmou o comerciante Daniel Schmal, que tem duas vagas em frente à sua loja, o que, segundo ele, não costuma ser suficiente para a demanda. “O pior é que os estacionamentos da região estão todos lotados”, reclamou.

O G1 esteve no estacionamento mais próximo da loja de Schmal, que fica na Alameda Jauaperi e confirmou a informação. “Sempre foi cheio, mas agora está lotado por causa da Zona Azul nas ruas”, explicou o manobrista Paulo Sérgio, 39 anos.

Com os estacionamentos cheios, moradores reclamam que há poucas alternativas para parar os carros e que a Prefeitura não pensou em algo para solucionar o problema. “Muita gente não tem vagas suficientes nos prédios e costuma deixar o carro na rua. O pior é que há pouquíssimos estacionamentos por aqui”, disse a dona de casa Andréa Pereira, 38 anos, que mora no bairro.

Apesar disso, ela comemorou o fato de, nesta segunda-feira, as ruas de Moema já estarem mais vazias. “Olha a rua que bonita está!”, elogia. E diz que espera que o tráfego melhore na região.

A moradora Tamiko Nakaza, aposentada, de 64 anosA moradora Tamiko Nakaza, aposentada, de
64 anos (Foto: Débora Miranda/G1)

“Muita gente vai estranhar, mas acredito que o trânsito vá melhorar. As ruas aqui ficam muito cheias, principalmente em horário de pico. As pessoas precisam se conscientizar, há lugares em que não é necessário ir de carro”, analisa Tamiko Nakaza, 64 anos, aposentada que vive no bairro.

Taxistas reclamam
Os taxistas de um ponto localizado na Avenida Rouxinol também reclamavam das mudanças. O ponto em que eles trabalham foi alterado para um local em que, segundo eles, há enchentes frequentes. Além disso, foram colocados na porta de estabelecimentos comerciais que têm a calçada rebaixada e que usavam a frente para que os clientes estacionassem.

“Nosso problema é sério. Onde está nosso ponto não pode mais estacionar e nos mudaram para um ponto ruim, que, além de ter enchente, é afastado do grande comércio. Como senão bastasse, nos colocaram em frente a lojas que não nos aceitam, porque usam as vagas para os clientes estacionarem”, contou Manoel Arruda, coordenador do ponto de táxi.

Taxistas e comerciantes tentam entrar num acordo em local  para onde foi alterado ponto de taxi, na Alameda JauaperiTaxistas e comerciantes tentam entrar num acordo
em local para onde foi alterado ponto de taxi, na
Alameda Jauaperi (Foto: Débora Miranda/G1)

“Mudou só a arrecadação para a Prefeitura. Se eles tivessem trocado vagas livres por proibidas, aí sim ajudaria o trânsito, mas colocaram Zona Azul, então não mudou nada”, afirmou o taxista Antônio Carlos Tibério, 56 anos, que trabalha em um ponto na Rua Juquis.

Mas a expectativa dos motoristas é grande nas ruas em que ficou proibido estacionar. “Algumas ficaram proibidas de ponta a ponta, aí ficou bom. São as ruas que fazem as ligações”, explicou o taxista José Vitorino, 48 anos, referindo-se às grandes avenidas da região, como Ibirapuera, Santo Amaro e República do Líbano.

Sem multa
Na manhã desta segunda-feira, poucos carros parados nas ruas tinham cartões de Zona Azul. Apesar disso, agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não estavam multando os veículos estacionados em locais proibidos.

A instrução era orientar os moradores e comerciantes da região nestes três primeiros dias. O que, no entanto, não evitava que os agentes fossem parados por pessoas com dúvidas sobre o novo funcionamento e também por quem estivesse insatisfeito e quisesse fazer reclamações.
g1

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