Zona Azul em Moema (Foto: Débora Miranda/G1)
O bairro de Moema, na Zona Sul de São Paulo, amanheceu nesta segunda-feira (3) com menos 3.850 vagas de estacionamento nas ruas. As alterações, feitas pela Prefeitura, visam melhorar o trânsito na região, mas causaram reclamações de moradores e comerciantes da região. Muitos têm o hábito de deixar os carros nas ruas, que até então eram livres para estacionar.
“Vou ter de encontrar um artifício para meus clientes não irem embora”, afirmou o comerciante Daniel Schmal, que tem duas vagas em frente à sua loja, o que, segundo ele, não costuma ser suficiente para a demanda. “O pior é que os estacionamentos da região estão todos lotados”, reclamou.
O G1 esteve no estacionamento mais próximo da loja de Schmal, que fica na Alameda Jauaperi e confirmou a informação. “Sempre foi cheio, mas agora está lotado por causa da Zona Azul nas ruas”, explicou o manobrista Paulo Sérgio, 39 anos.
Com os estacionamentos cheios, moradores reclamam que há poucas alternativas para parar os carros e que a Prefeitura não pensou em algo para solucionar o problema. “Muita gente não tem vagas suficientes nos prédios e costuma deixar o carro na rua. O pior é que há pouquíssimos estacionamentos por aqui”, disse a dona de casa Andréa Pereira, 38 anos, que mora no bairro.
Apesar disso, ela comemorou o fato de, nesta segunda-feira, as ruas de Moema já estarem mais vazias. “Olha a rua que bonita está!”, elogia. E diz que espera que o tráfego melhore na região.
64 anos (Foto: Débora Miranda/G1)
“Muita gente vai estranhar, mas acredito que o trânsito vá melhorar. As ruas aqui ficam muito cheias, principalmente em horário de pico. As pessoas precisam se conscientizar, há lugares em que não é necessário ir de carro”, analisa Tamiko Nakaza, 64 anos, aposentada que vive no bairro.
Taxistas reclamam
Os taxistas de um ponto localizado na Avenida Rouxinol também reclamavam das mudanças. O ponto em que eles trabalham foi alterado para um local em que, segundo eles, há enchentes frequentes. Além disso, foram colocados na porta de estabelecimentos comerciais que têm a calçada rebaixada e que usavam a frente para que os clientes estacionassem.
“Nosso problema é sério. Onde está nosso ponto não pode mais estacionar e nos mudaram para um ponto ruim, que, além de ter enchente, é afastado do grande comércio. Como senão bastasse, nos colocaram em frente a lojas que não nos aceitam, porque usam as vagas para os clientes estacionarem”, contou Manoel Arruda, coordenador do ponto de táxi.
em local para onde foi alterado ponto de taxi, na
Alameda Jauaperi (Foto: Débora Miranda/G1)
“Mudou só a arrecadação para a Prefeitura. Se eles tivessem trocado vagas livres por proibidas, aí sim ajudaria o trânsito, mas colocaram Zona Azul, então não mudou nada”, afirmou o taxista Antônio Carlos Tibério, 56 anos, que trabalha em um ponto na Rua Juquis.
Mas a expectativa dos motoristas é grande nas ruas em que ficou proibido estacionar. “Algumas ficaram proibidas de ponta a ponta, aí ficou bom. São as ruas que fazem as ligações”, explicou o taxista José Vitorino, 48 anos, referindo-se às grandes avenidas da região, como Ibirapuera, Santo Amaro e República do Líbano.
Sem multa
Na manhã desta segunda-feira, poucos carros parados nas ruas tinham cartões de Zona Azul. Apesar disso, agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não estavam multando os veículos estacionados em locais proibidos.
g1
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